Publicado em: 20/09/2022
Muitas pessoas confundem distração com algo mais sério e que precisa de acompanhamento, como o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Resumidamente, podemos dizer que, executar uma tarefa sem prestar atenção pode ser mera distração, porém em alguns casos pode se tratar de déficit de atenção, por isso devemos estar bem atentos a alguns sinais que as crianças podem vir a apresentar, pois há um limite entre a distração e o Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem a hiperatividade (TDAH).
De acordo com o dicionário, distração é a falta de concentração dos sentidos que se passa à sua volta. E existem 4 tipos de atenção: atenção concentrada, atenção alternada, atenção seletiva e atenção sustentada. A distração normalmente altera apenas uma dessas atenções por um período curto, já o TDAH prejudica pelo menos 3 delas.
De acordo com o DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o TDAH se classifica entre os transtornos do neurodesenvolvimento (dificuldade no desenvolver-se) e que se manifesta precocemente, influenciando o funcionamento pessoal, social e acadêmico da criança. Há 3 tipos de TDAH: desatento predominante, hiperatividade/impulsividade predominante e o combinado. Geralmente o tipo combinado hiperatividade e desatenção são mais presentes em meninos e o do tipo desatento em meninas. Geralmente o TDAH começa a se manifestar durante a idade escolar, o transtorno se caracteriza pela combinação ou não de desatenção e hiperatividade, portanto, TDAH não é uma doença e não existe cura, mas o tratamento adequado é de suma importância para conviver com esse transtorno.
O fato de uma criança ser inquieta não significa que ela tenha TDAH. O diagnóstico é essencialmente clínico, sendo necessária uma rede multidisciplinar de especialistas como psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo, neuropediatra ou psiquiatra infantil para se fechar um diagnóstico. A distração pode ser atribuída a alguns elementos ou acontecimentos que agem como facilitadores de tal atitude, como por exemplo: o uso excessivo de eletrônicos, estresse e má alimentação, assim se o problema for só distração uma mudança de hábitos é o suficiente para solucionar.
Por isso é extremamente importante estar atento à criança e aos sinais que ela apresenta para, o mais cedo possível, ter um acompanhamento que a auxilie nesse processo.
Mônica Françozo
Pedagoga e Psicopedagoga
Especialista em Alfabetização e Letramento, Educação Especial e Neurociência em Educação