Publicado em: 17/12/2022

Durante as últimas décadas, a obesidade passou a ter um início precoce na vida, com aumento drástico na infância. São várias as comorbidades associadas à obesidade, destacando-se a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA), um termo abrangente que envolve desde a esteatose hepatocelular simples até quadros mais avançados de esteatohepatite, fibrose e cirrose hepática. Tanto em adultos como em crianças, a DHGNA pode ser considerada uma doença multissistêmica que afeta vários órgãos extra-hepáticos e que envolve várias doenças crônicas extra-hepáticas.

 A Esteatose Hepática é um acúmulo de gordura nas células do fígado, também chamada de Infiltração gordurosa do fígado. Esse acúmulo de gordura, se não tratado, acaba por causar uma inflamação das células hepáticas e pode levar à cirrose hepática. Hábitos alimentares pouco saudáveis e mudanças no estilo de vida, fez com que aumentasse a incidência de obesidade entre as crianças, chegando a tornar-se a principal causa de doença hepática crônica. Em estudos recentes, mostrou-se que o sobrepeso no fim da adolescência é uma variável significativa de doença hepática grave. 

Na criança, a esteatose permanece longamente sem sinais e sintomas, por isso deve ser suspeitada sempre que a criança apresentar sobrepeso. No entanto, as esteatoses de causas genéticas geralmente têm sintomas detectados logo após o nascimento. O fígado é grande e endurecido à palpação, isso leva à descompensação hepática, que pode necessitar rapidamente de um transplante de fígado. 

Neste sentido, é de suma importância o diagnóstico precoce e não invasivo dessa doença, através de exames laboratoriais envolvendo os marcadores de funções hepáticas e dos diferentes métodos de imagem existentes, entre os quais destacamos a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

O devido acompanhamento pediátrico especializado na infância é de fundamental importância para prevenir danos irreversíveis na fase adulta, além da conscientização da criança e seus pais para hábitos de vida saudáveis. Os efeitos prejudiciais da obesidade sobre a saúde infantil não devem ser ignorados, quanto mais cedo o início da obesidade, maior o risco de desenvolver DHGNA.

A perda de peso é, sem dúvida, o tratamento mais benéfico para pacientes com Esteatose Hepática. No entanto, essa perda de peso deve ser gradual, pois a restrição dietética excessiva pode agravar o distúrbio metabólico e aumentar a lesão hepática. São raros os casos em que há necessidade de medicamentos. Eles podem ajudar, mas precisam ser aliados às mudanças de estilo de vida para tratar na raiz a causa do problema e ter resultado satisfatório. 

Desde a gestação é de extrema importância manter as visitas periódicas ao pediatra de sua confiança, é esse acompanhamento que permite avaliar o crescimento e desenvolvimento da criança, esclarecer dúvidas e orientar a família quanto aos cuidados em cada fase, bem como o controle das doenças metabólicas e assuntos acerca da puberdade.


Dr. Januário F. de O. Cavalcante

CRM-PR 31.001 | RQE-PR 26.065 / RQE-PR 26.134

Pediatra e Endocrinopediatra


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