Publicado em: 12/12/2023

Infelizmente, o transtorno alimentar na infância é um diagnóstico real e presente em muitos consultórios médicos. Uns comem demais, outros não aceitam quase nada e há ainda quem, desde muito novo, já tenha transtornos com a própria imagem. A pressão estética que crianças sofrem, desde muito cedo, está em muitos lugares – na escola, na mídia, na rua, no início da puberdade, e isso pode influenciar no desenvolvimento de problemas relacionados à alimentação.

 

Sabemos o quanto é preocupante perceber que existe algo de errado na relação das crianças com os alimentos. Aí vem uma enxurrada de dúvidas e preocupações dos pais em relação à saúde do filho, como por exemplo: O que devo fazer para ajudá-lo? Devo insistir, forçar? A qual especialista peço ajuda? Um passo importante, nesse contexto, é saber diferenciar seletividade alimentar, comum no início da introdução alimentar, do que é um real transtorno alimentar. Enquanto um pode ser momentâneo o outro é frequente e permanente, que podem ter causas psicológicas e consequências físicas. Segundo estudos, 1 em cada 5 crianças sofre de algum distúrbio alimentar; sendo 30% meninas contra 16% de meninos. Os números aumentam de acordo com a idade e índice de massa corporal (IMC), que determina se alguém está ou não dentro do peso ideal de acordo com sua altura.

 

Os transtornos alimentares mais comuns nessas fases são:

 

Anorexia nervosa: se achar acima do peso (mesmo estando abaixo ou dentro dele) e ter medo intenso de engordar. Prefere levar a comida para o quarto e não come.

 

Bulimia nervosa: alterna momentos de compulsão alimentar e tentativas de compensação ou pula refeições com frequência, ou ainda a eliminação do que ingeriu para não engordar. Como possíveis causas a investigar estão a pressão estética, distúrbios de imagem e o estresse que leva à compulsão.

 

Compulsão alimentar: está associada, muitas vezes, a problemas de autoestima e ansiedade, provocando o consumo de grandes quantidades de alimento em pouco tempo (principalmente doces e carboidratos simples), o sentimento de culpa em relação à comida e o costume de comer escondido.

 

Transtorno alimentar restritivo evitativo (TARE): intensa falta de interesse pela alimentação, seja pela a recusa de alimentos ou a aceitação de apenas um grupo muito restrito, como “só come arroz, feijão e macarrão”. Os principais sinais de alerta são a perda de peso e o atraso de crescimento em crianças, provocado pela deficiência nutricional.

Quando uma criança apresenta um desses transtornos e não é acompanhada e tratada corretamente, pode desenvolver outros problemas no futuro, como: baixa estatura, cabelos danificados, falta de disposição para realizar atividades, dificuldade no aprendizado escolar, doenças cardiovasculares.

 

Sabemos que um prato colorido, com diferentes nutrientes, é fundamental para a manutenção da saúde e desenvolvimento de cada indivíduo, mas é sempre bom ficarmos atentos ao comportamento alimentar da criança, e claro, dando o devido respeito às preferências de cada um. Se por um lado a inflexibilidade em impor algum cardápio à criança ou um padrão estético pode ser prejudicial, por outro lado, deixar a criança comer de tudo e a qualquer momento, tem de ser avaliado, pois pode ser indicativo de que essa intensa vontade de comer, ser emocional, ou seja, não está ligada à fome do corpo, mas a uma necessidade de conforto. Então, busque ajuda especializada ao perceber qualquer sintoma, por isso é importante conversar com o endocrinopediatra para que ele diagnostique cada caso e indique o tratamento mais adequado.

 

Algumas dicas para minimizar o risco de desenvolver transtornos alimentares:

• Evitar comentários pejorativos a respeito do peso de alguém ou ao seu mesmo, como “eu estou enorme” ou “fulana está uma baleia”, na frente da criança. Da mesma forma, não criticar a forma física da criança, como “essa roupa te deixa gorda”.

 • Buscar uma alimentação saudável, com alimentos variados e em quantidades moderadas, mas sem restrições desse ou daquele alimento (exceto por questões de saúde). Isso porque a criança que vê os familiares sempre de dieta pode passar a reproduzir essa preocupação, afinal, a família é o espelho da criança.

 • Alimentação é um momento prazeroso, portanto, se notar que a relação com a comida está gerando culpa, nojo ou qualquer outra emoção fora do normal, converse com seu médico e busque ajuda.

 A prevenção dos distúrbios alimentares começa com a educação emocional. Cabe aos pais, cuidadores e a nós, profissionais, darmos as devidas explicações aos pequenos sobre o valor de se alimentar bem e a importância de uma dieta balanceada para a saúde mental e física.


 Umuarama-PR

Dr. Januário F. de O. Cavalcante

CRM-PR 31.001 | RQE 26.065 / RQE 26.134

Pediatra

Endocrinologista Pediátrico

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