Publicado em: 28/11/2023
Reflexo brilhante no olho (visível em fotos tiradas com flash), parecido com o brilho dos olhos de gatos à noite e sensibilidade exagerada à luz, podem ser indicativos de que a criança tenha Retinoblastoma. A alteração na posição dos olhos é um outro alerta, como o desvio ocular (estrabismo) ou tremor nos olhos. O Retinoblastoma é um tumor maligno que surge nas células da retina (parte do olho responsável pela visão). Essas células se multiplicam de forma desordenada e afetam um ou ambos os olhos.
Esta doença ocular ocorre geralmente antes dos 5 anos de idade, quando os pais e responsáveis devem ficar atentos ao menor sinal de alerta, pois se não tratado a tempo, pode levar à perda de visão e até à morte. O encaminhamento precoce a um oftalmologista e o tratamento adequado por uma equipe multidisciplinar são essenciais para otimizar o resultado visual e a sobrevida da criança.
O retinoblastoma é uma doença de origem
genética, decorrente da mutação de um gene, chamado RB1, localizado no braço
longo do cromossomo 13. Por vezes, esta mutação pode ocorrer de forma não
hereditária, no desenvolvimento do embrião, ainda na gestação. Por isso é de
extrema importância que seja realizado o teste do olhinho em todos os
recém-nascidos, antes da alta da maternidade e, pelo menos, 2-3 vezes por ano,
nos 3 primeiros anos de vida.
Há 3 tipos de retinoblastoma:
Unilateral que afeta um olho e representa entre 60% e 75% dos casos. Destes, 85% são da forma esporádica da doença e os demais são casos hereditários.
Bilateral que afeta os dois olhos, quase sempre é
hereditário e costuma ser diagnosticado bem mais cedo que o unilateral. PNET (tumor neuroectodérmico primitivo) ou retinoblastoma Trilateral que ocorre quando um tumor associado se
forma nas células nervosas primitivas do cérebro e só atinge crianças com
retinoblastoma hereditário bilateral.
Na maioria dos casos, deste tipo de câncer ocular, não é comum que se espalhe para além do olho, mas ocasionalmente se propaga para o cérebro ao longo do nervo óptico (o nervo que vai do olho para o cérebro). Em alguns casos raros, ele pode se espalhar para outros locais, como a medula óssea e os ossos.
O diagnóstico concreto é dado pelo Oftalmologista ao examinar dentro do olho da criança com um instrumento especial enquanto ela está sob anestesia, com a pupila bem dilatada e também por exames de imagem para checar a extensão extraocular e a diferenciação de outras causas de leucocoria (pipila branca) além do retinoblastoma.
Casos mais avançados podem ser submetidos a
diferentes abordagens terapêuticas. As possíveis são:
• Cirurgia de enucleação (remoção de massa sem dissecação do
globo ocular);
• Tratamentos locais, como laserterapia e crioterapia, combinados com quimioterapia;
• Quimioterapias intravítrea e intra-arterial;
• Quimioterapia intravenosa;
• Radioterapia;
• Transplante autólogo de medula óssea.
Vale ressaltar que o devido acompanhamento especializado contínuo, durante e após o tratamento, é crucial para a prevenção ao risco de um segundo câncer se desenvolver.
Campo Mourão
Dr. Franklin Amaral Nogueira
CRM-PR 38501 | RQE 30811
Oftalmologista