Publicado em: 15/12/2022

Um dos objetivos da avaliação neuropsicológica é caracterizar o perfil cognitivo, ou seja, mapear as funções cognitivas do indivíduo, tais como, memória, linguagem, atenção, funções executivas, habilidades viso construtiva e viso espaciais, habilidades acadêmicas, entre outras. Também são observadas e avaliadas as habilidades emocionais e aspectos comportamentais para entender o funcionamento global do paciente e identificar o perfil de potencialidades e dificuldades do indivíduo para, então, concluir se existe um perfil compatível ou não com algum transtorno neuropsiquiátrico, ou seja, a avaliação tem característica diagnóstica e, por isso, é tão importante no diagnóstico multidimensional do TEA. 

Normalmente, a avaliação neuropsicológica é realizada com base na anamnese e nas queixas relatadas pela família e paciente, bem como nas observações clínicas e história de desenvolvimento do indivíduo (sendo indicada desde bebês a adultos/idosos). Numa avaliação neuropsicológica de pessoas com suspeita de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é importante considerar um período antes do nascimento da criança até a vida atual, levantando dados que venham esclarecer a relação entre os sintomas apresentados e os critérios diagnósticos para TEA; sendo que o funcionamento neuropsicológico é fundamental para o diagnóstico diferencial e para o planejamento de tratamento ideal.  Os estudos apontam que pessoas com TEA são frequentemente afetadas por comorbidades, como ansiedade, depressão, transtorno do processamento sensorial, déficit de atenção, bipolaridade e outros que influenciam sua qualidade de vida. Ainda com o levantamento do perfil cognitivo é possível observar os pontos cognitivos fortes, habilidades, sensibilidades que devem ser identificados, a fim de desenvolver estratégias de suporte eficazes tanto para o indivíduo como para família e escola, por exemplo, no caso de crianças.   

Um segundo momento crucial da avaliação neuropsicológica é a observação de comportamentos restritos e repetitivos, (que podem incluir roer unhas, morder lábios, balançar as mãos ou corpo, flexionar e estender o pulso) ecolalias (como por exemplo, repetir o que a pessoa fala) e palialia (repetir palavras ou frases que acabou de dizer), são ainda observados interesses do indivíduo, sua rotina, rigidez no comportamento e na forma de pensar, bem como o desenvolvimento das habilidades sociais. A avaliação permite também compreender porque a criança, ou até mesmo adulto com TEA não está aprendendo em sala de aula. 

A avaliação aponta também quais dificuldades esse indivíduo encontra, como por exemplo, falta de atenção, dificuldade em memorizar, diminuição da percepção visual e/ou auditiva e até mesmo um QI (quociente intelectual) deficitário, hipersensibilidade ao toque, som, luminosidade que podem estar relacionados com as comorbidades.  Importante lembrar que há casos de pessoas com TEA que apresentam um nível intelectual satisfatório ou acima da média e mesmo assim possuem dificuldades escolares, isso ocorre por ter outras áreas cognitivas, emocionais ou comportamentais que podem estar prejudicadas.

Através da reabilitação neuropsicológica, é possível proporcionar ao indivíduo um melhor desenvolvimento das funções cognitivas que estiverem com déficits, assim como um acompanhamento multiprofissional, realizado semanalmente, por meio de um plano terapêutico para que o paciente realize tarefas de estimulação neuropsicológicas diariamente, para o melhor desenvolvimento das funções cognitivas que apresentam boa evolução e reabilitar as funções cognitivas que apresentam déficits conforme a avaliação que foi realizada e, após determinado período de acompanhamento poderá haver uma reavaliação neuropsicológica, a fim de traçar novas metas e objetivos terapêuticos tanto para o paciente quanto para a família e outros ambientes que o mesmo está inserido.

É importante destacar que cada indivíduo deve ser visto e compreendido dentro de sua história, construída de maneira única e singular, logo é preciso considerá-lo em seu contexto, ficar atento à análise qualitativa dos erros cometidos em cada um dos instrumentos utilizados e, sempre considerar a idade e o que é esperado para tal idade, tanto nos aspectos cognitivos quanto emocionais/sociais e comportamentais. Ao perceber algum comportamento alterado de seu filho, é de extrema importância a busca por orientação especializada e qualificada para o diagnóstico e tratamento adequado.


Solange Pereira de Souza | CRP 08/21194

Psicóloga Especialista em Neuropsicologia Clínica

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